Entram de repente homens de máscaras brancas,
enquanto descansas finalmente quase perfeita,
feitiços de mãos sobre três lâmpadas brancas,
não te fazem esquecer o que viste à espreita.
Quem tu querias encontrava-se no cenário errado,
fizeste as malas, saíste sem qualquer arrependimento,
onde tu devias estar, o lugar tinha-se trocado,
de braço esticado, saíste, viras as costas ao vento.
Sobre a mesa um livro, copo, café e mentol,
com tanto afinco afirmas para não te desconcentrares,
decalcas a história que queres contar num postal,
para alguém que te conhece e quem só tu sabes.
Dobras-te sobre a mesa, de sobrancelhas aprumadas,
de caneta afiada a tua mão não pára quieta,
numa desgarrada de palavras de ódio ao amor,
nada fica para trás porque não suportas fins abertos.
Todos os raios juntaram-se para te dar a força
do universo para além do que possas escrever,
donde estou, nada diria que paraste aqui p'ra dizer
algo tão forte e duro, que te obrigue a mover.
Com as malas de viagem à frente dos joelhos,
corajosa, arrumas o cabelo, agarras os teus pertences,
aprumas-te, partes para a continuação da tua jornada,
para antes passares num correio e depois embarcares.
É o fim, ou o princípio?
Ninguém sabe.
Estarás cá para ver.
Sunday, 12 July 2009
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment