Thursday 29 December 2011

Women are there, to put words in what a man can't explain. But, they overdo it when impose meanings.

Tuesday 27 December 2011

Those who will die and don't justify a reason for being alive...

Fuck, I won' t do what you tell me.

Thursday 22 December 2011

When it ends?

Download me to your place,
the sun isn't the same anymore
when we're all fading out.

Place me in your fireplace,
so that you can remember
when you arrive wear out.

The stars sparkles more,
when we short the distance,
and your thoughts beam out [on me].

The cup boils vagrant steam,
when we can set an end
to this ridiculous misdemeanour.

Because, we're all played out.









Solitária espanhola

A terra gira ao contrário,
um negro quasi-interrogatório,
a minha morte pelo mistério,
coberto por falso laudatório.

Estou alegre por viver,
e triste por estar sózinho,
que me atrai com saudade,
para um ciclo infinito.

Adoecido pela contradição,
agarrado à cama da modorra,
preso por detrás de vitrais,
que me mantêm em coma.

Os anos passam a fio,
os ecos saiem das catedrais,
é o elogio do repique do sino,
de quem vive no meio de ideais.

A escolha livre e própria,
só me aproxima do vazio,
a constante tendência fria,
por caminhos sem desígnio.




Saturday 17 December 2011

Why beautiful people are troubled persons?

Sou eu

O teu reflexo no espelho
projecta-se sobre a minha alma
a solidão devora tudo
e quem muda de côr, sou eu.

A projecção na tela
de um filme francês,
beija-me como deve ser,
que eu quero ser teu, de vez.

Monday 12 December 2011

Stop it now

Love is blindness,
it's just killing me,
stop it now,
stop it please.

Don't wrap me,
I'm too numb to feel
I prefer die
then living in real.

Kill me
with no misery,
I'm slipping
I'm so sick of it.

Drop the axe
over my skin,
kill me, I'm too numb
to feel.

Wednesday 26 October 2011

Quando as pedras param de rolar?

Enquanto as mãos não se apoiarem,
as pessoas pararem,
deixarem de ser baratas sem cérebro,
egoístas, convencidas e materialistas,
com comportamentos de esquizofrenia,
as pedras não pararão de rolar.
Nunca ficarão satisfeitas,
morrerão sedentas pelo que não têm,
promoverão o dinheiro para se disfarçar,
a inveja estará sempre presente no olhar,
simplesmente porque se perderam há muito tempo.
Meterão medo nas pessoas,
para lhes tirarem o que lhes pertence por direito,
dirão que o consumismo é o caminho a seguir,
e o assassinato do nosso irmão
é um alívio para os nossos filhos.

Monday 17 October 2011

While walking down the street, I heard an old man say
"I've been in love with the same woman for almost 50 years now."
I was touched until I heard him say - "I wish she knew".

Maybe I'm next. But in my case, I wish she loved me.

Tarde numa praia de nudistas

A tua gordura forma folhos
de uma nudez em dias de novena,
saltas para a água calma,
em plena tarde de açucenas.

Ela abraça-te no que pode,
no que tu consegues deixar,
e o teu corpo então sente,
a natureza e o seu olhar.

Apertas o peito para provocar,
auréolas lunares reflectem no céu,
a corrente leva-te devagar,
o pudor que se encontra ao léu.

Secas-te ao sol como um lagarto,
deixas que o sal se cole à tua pele,
o vento não move as agulhas do pinheiro,
mas tu adoras aquele homem reles.

Fala ao Coração **

Meu Coração, não batas, pára!
Meu Coração vai-te deitar!
A nossa dor, bem sei, é amarga,
Sabe a cicuta de amêndoa amarga:
Meu Coração, vamos sonhar...
Ao Mundo vim, mas enganado.
Sinto-me farto de viver:
Vi o que ele era, estou maçado,
Vi o que ele era, estou cansado.
Não batas mais! Vamos morrer...
Bati à porta da Ventura
Ninguém ma abriu, bati em vão:
Vamos a ver se a sepultura
já tem a minha altura.
Não faz o mesmo, Coração!
Adeus, Planeta! adeus, ó Lama!
Que a ambos nós vais digerir.
Meu Coração, a Velha chama,
Meu Coração, ninguém me chama.
Basta, por Deus! Vamos dormir...


**Versão modificada do poema de António Nobre com o mesmo título

Amor eterno

O meu amor por ti é eterno,
mesmo que nele haja nada que te impele,
ele há-de ficar amarrado para sempre,
como fica a donzela presa no castelo.

Pode-se disfarçar, esconder,
cobrir-se com gestos de prestidigitação,
mesmo que negue que dele se possa viver,
é nele que arde o meu coração.


Tuesday 11 October 2011

Carta de amor perdido

Não há dia que não pense em ti. Sem nunca querer interferir na tua vida, é-me inevitável constatar que, para uns estarem feliz, outros ficam para trás.

Eu fiquei para trás, e a minha vida ruiu. A incerteza de que alguma vez irei levantar-me novamente está presente diariamente.

Perder quem se ama, é como estar a morrer de cancro infinitamente. As pessoas respiram e tentam comer, mas já perderam o fôlego da vida. Às vezes penso que é mais fácil morrer de cancro do que por falta de amor. Simplesmente, porque o cancro tem um fim.

Dizem que é possível voltar a ser feliz, mas não é possível amar duas pessoas da mesma maneira. No que sinto, dúvido que volte a amar alguém como amei. Duvido encontrar alguém que me liberte e me faça feliz. As pessoas que vierem depois de ti, serão remendos para disfarçar feridas. Eu não gosto de viver em remendos e há anos que não sei quanto tempo me resta.

10 things I hate about you poem

I hate the way you talk to me,
and the way you cut your hair.
I hate the way you drive my car,
I hate it when you stare.
I hate your big dumb combat boots
and the way you read my mind.

I hate you so much it makes me sick,
it even makes me rhyme.
I hate the way you’re always right,
I hate it when you lie.

I hate it when you make me laugh,
even worse when you make me cry.
I hate it when you’re not around,
and the fact that you didn’t call.

But mostly I hate the way I don’t hate you,
not even close…
not even a little bit…
not even at all.

Saturday 8 October 2011

Stream

Inspecting myself,
I see shatters spread,
each bit on a dimension,
completely unattached.

How can someone live everywhere,
but in no place at all,
left inside in the probes of void,
breathing, breathing, gasping.

Bubbles spit from the corner,
like chords of a piano
played in an asylum,
and counting down to craziness.

I jump into the river,
looking for a stream,
something that take me
to the unity once lost.

Enchanted mermaids appeared,
and hug me,
from that moment onwards,
I know that I've drowned.

Wednesday 28 September 2011

A dôr da ausência

A dôr da ausência de quem ama o que não pode alcançar,
é como alguém amordaçado e preso pela censura,
é como estar a chamar pelo amor que nunca passa,
por detrás das grades do encarceramento da loucura.

É como ter todo o sucesso que se consegue imaginar,
e mesmo assim falta a essência de onde brota tudo,
o vazio há-de sempre ecoar do coração para a vida,
porque não há ninguém para partilhar o mundo.

E pergunta-se se é possível amar mais alguém,
e libertar o coração de todo o silêncio mudo,
atravessar os obstáculos como um soldado faz,
e vencer a guerra sem ter ninguém que nos ajude.

Eu queria levantar a névoa desta dúvida,
mas espero até ao último dia que alguém me clarifique,
porque amar alguém e não ser amado,
é a pior dor que existe.

Thursday 15 September 2011

A Madrugada

A madrugada,
quando chega a casa
na companhia dos noctívagos,
dos bêbados, dos jovens,
e quando parte
com os trabalhadores,
os que não têm sorte,
os que não sentem.
A mesma janela iluminada
abraça duas vidas,
a de quem está preso,
a de quem se julga livre.
Dos que sonham todo o dia
com olheiras de nada,
os que desejam
que a vida renasça,
nem que seja
com a ajuda da lotaria.

A madrugada
é a intersecção
do início e do fim,
quando as mãos tocam-se,
num segundo rápido.
As pessoas vivem enganadas,
alegremente desinibidas nos cantos,
cheios de cheiros depravados,
as vergonhas ficaram em casa
a dormir com a rotina diária.
Para os que não repararam
que o ciclo acabou,
os que ficaram já foram notificados,
e assim perdeu-se o contacto,
de quem desapareceu,
inesperado,
porque a noite tem um fim,
e na noite ficou inacabado.

Wednesday 7 September 2011

Boa-Noite Lisboa

Inesperadamente fui apanhado,
por uma cidade que nunca me deu bom coito,
Lisboa aproximou-se de mim cantarolando,
desejando-me uma boa-noite.

Monday 15 August 2011

Se tanto me dói que as coisas passem

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

(from Sophia de Mello Breyner Andersen)

Sophia Mello Breyner Andersen

Na areia extensa,
coberta por uma falésia estrondosa,
na garganta do desconhecido torpe,
a menina esconde-se
por detrás da rocha,
cobre o rosto,
medrosa.

A palavra que se desenrola,
como a onda extensa que se aferra,
na voz benévola que sussura,
acaba no rombo sobre as pedras,
e a menina percebe
que é o mar a chegar
à terra.

Assim como vem,
sem avisar, a onda se vai embora,
a obra perdura nos que ouvem,
mas morre no fundo dos surdos,
quando bate na pedra,
por muito que outra
se acosta.

Menina do mar,
que ninguém pára na tua hora,
mas tens muito tempo para esperar,
e o tempo passou-se,
como passou a onda,
que acabou por fechar
a porta.

Sunday 7 August 2011

Flôr num momento da terra

Flôr que nasces invencível,
onde te assumes com esplendor,
os espinhos depois picam-te,
mas continuas uma bela flôr.

Caem-te as pétalas por saudade,
acusas a mão que te puxa,
e esqueces que quiseste ser
sempre a flôr mais astuta.

Afirmas que vives dos sentimentos,
e a certeza vem dos teus pés,
logo cansas-te dos quatro tempos
que te ajudaram a ser como és.

Perguntas se o sofrimento
é o preço para o que queres.
A persistência e a paciência
é que te aguenta de pé.

Depois das pétalas arrancadas,
os olhos largam-te de vez,
desde que estejas na terra,
as pétalas nascem outra vez.

Quando se é bonita,
é-se bonita para a vida,
independentemente do que faças,
minha querida flôr extinta.

Monday 25 July 2011

Society chews you up and spit you out. Just wait for your time, and you see how gruesome it can be.

Friday 15 July 2011

Larguei a mão do destino

Que desfazamento nasceu aqui... Desculpa,
foi o tempo que me fez largar-te da mão,
agora ressaltas na porca da história
que separam os olhos do coração.

Onde o cheiro do destino me desviou,
levou-me por um caminho suspeito,
que percorro descalço em emergência,
num descampado verbal, de amplo peito.

Peças que se montam diariamente,
constrõem um dia... Qualquer um pode ser.
Não me queixo, mas a história não mente.

Desde a manhã até ao anoitecer,
o passado que nunca foi o presente,
irá reencontrar-me quando eu morrer.

Sunday 3 July 2011

Thursday 23 June 2011

3 sided love

Unmatched love drives to obsession,
Mutual love sprouts towards happiness,
Terminated love dwells into sorrow,
just don't follow.

Saturday 14 May 2011

Contemplation

Everybody got a Sophia in his life,
I just don't want loose strings,
Several forces get together and collides,
I must step back from these rings.

The story doesn't stop when it ends,
the contemplation will always be free,
in the rough land or thoughtful sky, [as a wayfaring stranger, ]
I'm going where it's going to be.

The cricket as the same size as infinity,
the plenitude towards the horizon,
whistling and fizzing coming from the sky,
It suddenly turns my skin wizen.

Saturday 7 May 2011

Have You Ever Really Loved A Woman?

Yes I did and I lost it. Drag, isn't it?
If I could be who you wanted, I'll be you.
But, just don't leave now.
And she left and shut the door in silence.

Monday 25 April 2011

Outono

Aproximamo-nos do Outono,
que se adensa em casos comportamentais,
as árvores preparam-se para o sono,
para se resguardarem dos vendavais.

O caminho de terra trilhado,
sob as folhas dos plátanos,
que nos enlaça disfarçado
duma chuva dourada de presságios.

Corredor oblongo que demora
muito tempo a atravessá-lo,
talvez D. Sebastião venha
tirar o peso que nunca foi tirado.

Época idilicamente enganadora
que me apresenta o Inverno,
simulado de beleza tentadora
traz-me um sorriso pouco sincero.

Friday 15 April 2011

Deception

Can a tattoo leave a wake of suspicion
roving in my mind,
maybe I'm surrounded by phony people,
a deception of the human kind.

Wandering in rubbles of dreams,
after a long walk I sat,
the problem is not knowing
where I'm looking at.

When I look to the puddle,
imagery appears in the reflection,
and when I'm convinced that's reality,
I'm completely full of deception.

Tuesday 12 April 2011

Ishmael Beah

"My face tiled in rubbles
make my troubles visible,
result of my lamed fights,
became my life unfeasible.

Don't talk about my mojo,
if you don't like it,
it will chase you all the time,
if you don't stop it."

Child soldier Ishmael Beah,
who jumped to peace,
who let go the bullets,
to embrace world of freedom.

Saturday 9 April 2011

A Little Pretty Pocket-Book - Mother Goose

Monday's child is fair of face,
Tuesday's child is full of grace,
Wednesday's child is full of woe,
Thursday's child has far to go.
Friday's child is loving and giving,
Saturday's child works hard for a living,
But the child born on the Sabbath Day,
Is fair and wise and good and gay.

Sunday 27 February 2011

Why during the violent rallies, people don't throw candies instead of rocks. They're so stupid...
Now, it's more likely to spend more time looking at displays then look to the face of our family members. One day, we won't remember the faces of our sons, fathers and siblings.

Tuesday 22 February 2011

Don't mess with it

Don't mess with the devil,
Let him burn by himself,
if you don't want your life
a living hell.

Turn your back to him,
face God in His splendor,
if he lacks love,
that's his problem, not yours.

Wednesday 9 February 2011

Calma Hispânica

O que aconteceu à calma Hispânica,
protegida por telhas de barro,
escondida em adegas de vinho,
tapadas por uma alegria barroca estranha?

Bronzeada em estradas de terra,
em províncias desertas do tempo,
Dom Quixote e Sancho Pança
há muito tempo que não reconhece isto.

Chessboard, maybe...

Maybe we're just pawns
in a chessboard of souls,
and He's just waiting
that we commit a foul.

Where's the second part,
for the guy who felt firstly,
innocence is beautiful,
when you don't see it clearly.

The evil can never reign
over the goodness of a saint,
unblemished almighty sovereignty,
every good person won't faint.

Tuesday 8 February 2011

A crueldade da matemática

Aproximamo-nos mais do que nunca da matemática,
do abstracto e da sua razão,
rectas em movimento no mapa mundi,
somos pontos em circum-navegação.

A vida traçada em números,
operações tomadas com facilidade,
independente das consequências causadas,
da insensibilidade posta sobre a realidade.

"Mas que mal eu fiz para ser rejeitado?"

Nenhum. Não interessa o que te custa ínfimo,
pois vais ter que sangrar para singrar de qualquer maneira,
para mostrares que qualquer coisa vales,
mesmo que seja um disfarce duma vida inteira.

"Pai, eu não aguento."

Mostra-te, esconde-te e se não aguentas morres à fome,
tens que aprender a matar para seres gente,
tens que ser cruel para seres admirado,
são as regras da insensibilidade.
Se não conseguires, paciência.
Aqui não há ciência. Apenas crueldade.

"Pai, eu não aguento."

Suicida-te, meu filho. Há muito tempo que perdemos a liberdade.

Monday 7 February 2011

Eu preciso o que não temos.

Eu não discuto o artigo, mas é escusado arranjarem desculpas externas à situação actual do país. O problema de Portugal deve-se à falta de visão política dos governantes, ao facto de ser deputado é ter emprego para o resto da vida, e não a ...factores extra-terrestres. Ser-se deputado, ministro, ou primeiro-ministro devem ser cargos transitórios de serviço social e náo emprego vitalício. O que está a estragar este país é existirem políticos que se auto-proclamam como doutores Honoris-Causa da ordem do Infante Dom Henrique mas que na realidade apenas sofrem de miopia governativa, tudo a favor dos interesses que defendem.

Eu não preciso de um padeiro filósofo, eu preciso de um padeiro que saiba fazer pão.

Eu não preciso de um novo museu dos coches, quando os outros estão vazios.

Eu não preciso de um TGV, enquanto andam a fechas as outras linhas férreas.

Eu não preciso de políticos que parecem os actores das novelas brasileiras. Aonde nós os vemos a entrarem como adolescentes e a sairem de lá quando estão velhotes.

Eu não preciso de jornalistas que semeiam a disordem com erros ortográficos para venderem papel e justificarem o seu emprego.

Democracia não é fazer aquilo que me apetece e ninguém diz nada.

Democracia não é cada um por si, e o mais esperto é que se safa.

Eu preciso de ordem, de um país onde a justiça funciona, aonde as instituições estatais funcionam e não dêm prejuízo, de pessoas com visão política e com boa vontade social.

Eu preciso de cultura, de solidariedade social. Eu preciso de respeito por todas as pessoas e pelas suas profissões.

Eu preciso daquilo que não temos e nunca teremos.

Friday 4 February 2011

Lápis de cor

Os lápis de cores do Luís,
são os mais lindos que existem,
quando se desenha um traço,
dele nasce um arco-íris.

Primeiro um menino e uma menina,
depois a casa e a família,
sempre numa paisagem idílica,
o rapaz Luís e a rapariga Nina.

Wednesday 2 February 2011

No mesmo sítio

Como gosto sentir-me encalhado,
preso num rochedo no fundo do mar,
aonde apenas balanço para os lados,
e saber que não vou a algum lugar.

Como gosto saber que o chão permanece
no mesmo sítio que as minhas ideias,
que apenas o corpo com o tempo apodrece,
mas vou continuar a calçar as mesmas meias.

Vou levantar-me de manhã e sair para a rua,
ir pelo mesmo caminho, visitar a mesma loja
sentar-me no mesmo banco e contemplar a lua,
e que a mesma luz reentre em mim e se realoje.

Como me sinto seguro neste fragmento,
pois nunca me abandonou por vários anos,
e se um dia soltar-me e levar-me pela corrente,
pode ser que encontre outro sedimento.

Friday 28 January 2011

Terra por terra

Quando nos sentimos mais próximos da terra,
vislumbramos o poder presente da vida,
perdemos todos os disfarces do dia-a-dia,
no momento da morte sentimo-nos mais realistas.

Um momento que faz os olhos saltarem,
quando o medo invade todo o centímetro em nós,
a igreja ressoa os sinos avisando a proximidade,
do pó nós nascemos, do pó benzido nos cobrem
quando nos enterrarem.

E até lá é uma pantomina de marionetes,
umas bizarras, outras escondidas, outras falsas, outras tímidas,
o palco montado no manicómio da vida,
que nos consome de inutilidades
para sermos tão inúteis como quem nos vigia.

E o relógio de cuco acusa o tempo a avançar,
não há tempo a perder, pois todo ele é para descobrir,
se do pó nascemos e a terra marca o fim,
o que fica aqui são os actos registados,
para quem vier a seguir continue com o nosso trabalho.

Aonde é que anda a filosofia, aonde é que anda a moral,
só se fala de economia, mas retrocede-se no tempo,
julga-se que se avança, mas planta-se a ignomínia,
que um dia um perverso irá se aproveitar para plantar o medo.

Só procuram instaurar um perpétuo movimento,
como se as pessoas sofressem de ataques de nervos,
mas do momento mais parado irá brotar a mudança,
e as pessoas não irão reparar porque estão entretidas a andarem em círculos.

É no silencio que o bem e o mal nasce,
usa-se a ignorância para se propagar por cada género,
e do chocante entralha-se e torna-se o comum,
sem respeitar a privacidade de quem perdeu o tempo.

Monday 24 January 2011

Invencibilidade

O que aconteceu à 2ª parte? Será que alguém a raptou e a mantêm refém tirando a continuidade do caminho?

As nuvens fecham-se, a humidade compressa-se tornado o ar irrespirável e fazendo suar qualquer um. Os corpos espraiam-se nos bancos do autocarro. O ar condicionado não funciona, ou pelo menos, o condutor nem tenta pô-lo a funcionar. As pessoas não pensam. O condutor está à espera de alguma ordem para partir. O tempo parou no meio das montanhas cheias de plantas de café.

Como a inocência é uma benção. O saber que não se sabe e nem se conhece, nem se quer conhecer, nem se quer passar por isso, é a invencibilidade de qualquer um. É um escudo que não se vê mas que existe e que protege. Que protege as pessoas do calor, da humidade, do ambiente tórrido. Jamais o escudo irá desfazer-se porque o autocarro tem que partir. Porquê? Porque sim. Porque não há tempo.

Que maior invencibilidade existe para além da frase - "Porque sim". Nenhuma! Porque tem que acontecer, porque é o que eu quero que aconteça e que a natureza tem que realizar. Faz parte da sequência. É a consonância entre as regras da natureza com aquilo que se quer, que faz qualquer um invencível. Neste momento, eu estou invencível. Eu quero que o autocarro parta. O condutor sobe, senta-se, liga o motor e o autocarro começa a andar daqui para fora.

Saturday 22 January 2011

All the ballerinas will stay still timelessly, but that's the way that should be.

What is wrath?

When love is taken hostage by desilusion and ambition it turns to wrath. This is the most active evilness that a human body can be possessed. It dressed you in black, it offers you a knife and fools you whispering, "If you can't find the right path use this knife to open the way to what you want." Then it points out to something in the black scenery and ends it saying, "Cut here because this is the shortest path to your happiness.". And at the end, the shortest path turns out to be your own disgrace, because the wrath blinded you and when it dressed you in black, it dressed you with depression, it fooled you. At this stage, this guilt will settle in you heart, and it turns out to stone and no one will stop to listen you.

Wrath defered by one day is always demoted to stupidity. If a person learn to wait and not act by a savage impulse, maybe it can have an overall view of the landscape and see that, at the end, the shortest path is his own disgrace. It's hard to accept the choice of life and respect others, but even with disagreements and avoidance, a person always must learn to accept the fate and assume the facts. It's in this case, that the values of a person starts to come out. The more a person want to be exposed to the destiny and doesn't mind from where the bullets come from, the more a person is showing that he knows that life is a set of acts and now it's time to change stage.

Friday 21 January 2011

Alemanha não é Áustria

Perdia-me nos ombros descendentes da alemã,
em plenos cantos escuros das ruas de Alfama,
das estrelas da noite salpicadas até de manhã,
em autoritarismos e planos estendidos na cama.
Sleeping is the best form of time travel.

Sunday 16 January 2011

Democracia à portuguesa - pode-se fazer tudo o que quisermos e ninguém nos diz nada.

Sunday 9 January 2011

Apaixonei-me por uma comentadora.

Tenho que confessar que o amor atingiu-me. É o amor inesperado que aparece sem avisar e que de repente desorienta qualquer pessoa. Estou apaixonado pela Felisbela Lopes.

Mas, quem é a Felisbela Lopes?

Quem decidir tomar o pequeno-almoço atrás da televisão ao Sábado e apanhar a secção dos comentários sobre as notícias dos jornais na RTPN, vai conhecer a Felisbela Lopes.

Eu não consigo dizer muito sobre a pessoa, porque estou fascinado com a dinâmica singela que a senhora transmite. Agora disse bem, a dinâmica singela.

A senhora consegue ser singela graças ao seu penteado de forma de sino, onde as pontas espigadas em forma côncava transmitem-lhe um ar de pessoa muito leve. Ela deve ser uma pessoa tão leve, que quando anda, ela deve dar saltos enormes. Já estou mesmo a imaginar ela a andar. Cada passo que ela dá, deve atingir uma altura de 2 metros e o comprimento de 3 metros, mas sempre na forma mais graciosa que existe.

Também é dinâmica, graças à maneira como ela opina. Para se ser comentador tem que parecer que sabe tudo sobre qualquer tema, e ela sabe. Se é sobre política, ela sabe. Se é sobre economia, ela sabe. Aposto que se fôr sobre culinária, ela também sabe. Se lhe perguntarem como se faz uma picanha, tenho a certeza que ela sabe tudo, desde o sítio aonde se adquire a melhor carne, até à melhor técnica para que a gordura escorra sobre o bife. A mulher é um espanto.

Ela fala sempre de forma positiva, como se as coisas acontecessem de forma natural. Ela, de vez em quando, faz-me lembrar alguém que, há muitos anos atrás, ia passear até Aveiro de Citroen BX, mas o BX avariou-se pelo caminho e, graças a isso, tornou-se primeiro-ministro. É desta forma natural em que as coisas acontessem que ela fala. Tudo é lógico e encadeado dentro da sua bela e magnífica cabeça.

Depois temos a maneira como ela fala. Tenho a certeza que ela sabe dominar as melhores técnicas de comunicação. Quando ela opina, ela debruça-se sobre a mesa, espraiando os braços em direcções opostas. Um dos braços está na Trafaria e o outro está em Sesimbra. E nesta posição, ela fala para a jornalista, "Mas repara Manuela, repara!". É neste tom de "tu cá, tu lá", e de à vontade extrema que ela fala na forma mais eloquente sobre tudo, tal e qual uma conversa de café. Nesta ânsia de mostrar que sabe o que diz, arremelga os olhos e abre a sua boca de charroco. Mas não é um charroco qualquer, é o charroco mais belo e exemplar que existe no mundo.

Não me perguntem o que ela comenta no programa, pois não sei. Eu fico completamente fascinado com a imagem que ela transmite e a maneira que gesticula e fala, que o meu cérebro automaticamente pára de pensar. Estou verdadeiramente apaixonado por esta mulher.

Felisbela Lopes, AMO-TE.

Saturday 8 January 2011

Um boa forma de fingir que se trabalha muito é ir à vindima e apanhar as uvas bago a bago de forma apressada, enérgica, nervosa e não parando de falar alto.

Friday 7 January 2011

Eu e a cidade

As calçadas cheias de poesia,
e passos trauteados até à data,
só apenas o dia-a-dia
é que tira a beleza desta cidade.

Áreas musicadas por almas extintas,
onde o barulho sobrepõe-se ao nada,
e assim se procura agitar
um Tejo de água estagnada.

Parapeitos vazios e abandonados,
debruçados sobre as ruas estreitas,
decoradas por candeeiros apagados,
e placas de pessoas importantes.

O passado que nós esquecemos,
a história que é sempre ignorada,
o esforço colossal que fazemos,
para que a venda da língua seja concretizada.

Quando a chuva bate de fachada,
sobre as frontes enlutadas,
e um funeral de sumidades é realizado,
mas o tempo nunca pára.

Só mesmo eu.

Thursday 6 January 2011

A morte é como uma mudança forçada do local de trabalho.

Wednesday 5 January 2011

A melhor maneira de admirarmos uma paisagem é observando-a de longe.
A melhor comemoração é a que pertence a um evento do passado e só agora é que estamos a recolher os frutos. Mas na realidade, já andamos a trabalhar para o futuro.

Monday 3 January 2011

O peso do mundo

Por cada massagem sinto os ossos,
os conectores que seguram a forma,
produto do amor e afecto
de quem vê para além do óbvio.

De alguém que conhece as forças da natureza,
o frio do fogo da vingança que sai do frigorífico,
das máscaras que usam para te procurarem assustar,
e dos olhos que te espreitam pelos orifícios.

E nada os impedirá dos teus pais se juntarem,
e a matilha que se fecha para te proteger,
e a lua reflecte-se no espelho da noite,
num cenário dantesco ainda por acontecer.

Tudo passa, tudo circula, tudo volteia,
mas nenhum uivo os deixa passar,
por muitas vozes que te serpenteiem,
o único grito que se ouve é o teu troar.

De um lobo a nascer com as patas no riacho,
e do futuro terás muito que engolir,
mas a tua vida é transmitida por DNA,
e iguais aos pais, nunca irás fugir.

E irás debater-te em lutas canibais,
suicídas e extremamente territoriais,
mas irás perceber que quem te quer mal,
já se perdeu há muito tempo.

Sunday 2 January 2011

Cada músico de rua é um ponto de fuga para o universo, e ninguém os dá importância.

Universal

Quando estou sózinho por qualquer estrela,
tudo ainda se está por se realizar,
todos os sonhos ainda são possíveis,
mas porque demoram muito tempo a chegar?

Parece que peço compaixão, ninguém para me virar,
parece que apenas vivo do desentendimento,
quando só quero voltar para o sítio que me tiraram,
por quanto mais tempo tenho que largar o movimento?

Dizem que tudo ainda se pode passar,
apenas tenho que deixar acontecer,
não tenho mais nada que consiga largar,
a não ser uma pedra preste a desaparecer.

O último suspiro deitado na cama,
tudo ainda se está por se realizar,
não me parece que se vá realizar,
mas porque demora muito tempo a acontecer?