Por cada massagem sinto os ossos,
os conectores que seguram a forma,
produto do amor e afecto
de quem vê para além do óbvio.
De alguém que conhece as forças da natureza,
o frio do fogo da vingança que sai do frigorífico,
das máscaras que usam para te procurarem assustar,
e dos olhos que te espreitam pelos orifícios.
E nada os impedirá dos teus pais se juntarem,
e a matilha que se fecha para te proteger,
e a lua reflecte-se no espelho da noite,
num cenário dantesco ainda por acontecer.
Tudo passa, tudo circula, tudo volteia,
mas nenhum uivo os deixa passar,
por muitas vozes que te serpenteiem,
o único grito que se ouve é o teu troar.
De um lobo a nascer com as patas no riacho,
e do futuro terás muito que engolir,
mas a tua vida é transmitida por DNA,
e iguais aos pais, nunca irás fugir.
E irás debater-te em lutas canibais,
suicídas e extremamente territoriais,
mas irás perceber que quem te quer mal,
já se perdeu há muito tempo.
Monday, 3 January 2011
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