Como gosto sentir-me encalhado,
preso num rochedo no fundo do mar,
aonde apenas balanço para os lados,
e saber que não vou a algum lugar.
Como gosto saber que o chão permanece
no mesmo sítio que as minhas ideias,
que apenas o corpo com o tempo apodrece,
mas vou continuar a calçar as mesmas meias.
Vou levantar-me de manhã e sair para a rua,
ir pelo mesmo caminho, visitar a mesma loja
sentar-me no mesmo banco e contemplar a lua,
e que a mesma luz reentre em mim e se realoje.
Como me sinto seguro neste fragmento,
pois nunca me abandonou por vários anos,
e se um dia soltar-me e levar-me pela corrente,
pode ser que encontre outro sedimento.
Wednesday, 2 February 2011
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