Tantos grãos de areia espraiados,
milhares que desvanecem-se entre os dedos,
tantos infinitos nunca contados,
tantos mais que o paradoxo de Zeno.
Mãos gastas de tanto escavarem o tempo,
ondas de vento sob o sol pouco quente,
são tudo histórias guardadas em segredo,
que descrevem a praia sob o sol poente.
Cristais formados dos restos de sal
de ondas que ficaram por rebentar,
de um espaço que se expande mais que a alma,
num olfacto obcecado pelo cheiro do mar.
Os cargueiros navegam sobre o horizonte,
parte do mar esconde-se quando a maré vaza,
os pescadores recolhem as redes de manhã lançadas,
que foram remendadas para a próxima faina.
Que agora o mar revolto se acalme,
que na noite descanse deitado na areia,
que a lua e o sal purifique e cristalize
os decalques que ficaram de quem passeia.
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