Obrigado Orfeu por me teres tocado Jazz,
nem sabes como as feridas ficaram cicatrizadas,
nem que seja por momentos, eu tive paz.
Embora eu saiba onde se encontra a felicidade,
ela não depende só de mim, mas tocou-me,
tocou-me tão profudo e diferente que não me irei esquecer.
E o que me dói mais é saber que algo tão bonito
morreu, ou nem nunca nasceu, e isso faz-me chorar,
sinto-me despojado de qualquer ponto de humanidade.
Até o homem mais forte tem pés de barro,
que se quebram em tempestades de vento,
caí mais uma vez, o meu coração partiu-se em bocados.
Mas desta vez não me apetece erguer,
quero definhar na beira do passeio à chuva,
porque toda a vontade que tinha morrera.
Podes ter-me tocado a música mais bela,
mas nem a música substitui uma mulher,
um ser difícil e tão bonito como ela.
Durante anos louvara os homens que não se casavam,
que se dedicavam aos seus interesses,
a pintura, a escrita estava para além da natureza.
Agora lamento por ter ficado tão encantado por alguém,
mas os caminhos estão separados em arame farpado
e sinto-me enclausurado num convento isolado.
Eu sei que não sou o único,
mas estou farto da solidão,
da sombra ser o meu amigo.
Hoje vi um casal a discutir,
o amor não devia ser destruído,
o amor devia ser infinito.
Também vi uma alma desamparada,
esfarrapada pela tristeza de alguém que o abandonara,
que tanto dizia a barba por fazer e as costas encurvadas.
Não está correcto, nada está correcto em plantar almas padecidas,
a postura do homem amolecesse como pão duro em sopa,
quando uma mulher desaparece e leva toda a sua roupa.
Friday, 28 November 2008
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