Cada vez que penso em ti,
sento-me debaixo da ponte,
penso no Tejo e nos muros
que se fecharam na noite.
Sinto que perdi o andar
num acidente involuntário,
perdi o emprego e o riso,
perdi-me nas margens do rio.
Quantas vezes quis saltar,
sabendo que nunca mais vou-te ver,
nunca mais vou ouvir a tua voz
e terei as tuas mãos sobre o meu ser.
Eu sei que não te preocupas,
e tens os olhos noutro sítio,
mas não encontro outro lugar,
aonde consiga enganar o feitiço.
Não vou amar mais ninguém,
por muito disfarce que vista,
mesmo que esteja com alguém
a lágrima romântica é para ti.
Talvez nos amemos noutra vida,
noutra vida guardada no céu,
só espero que o dia venha
o mais depressa possível.
O nevoeiro chegou, cinzento e interminável.
Saturday, 3 July 2010
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment