O meu amigo que esteve sempre no silêncio, quieto e fora da vista de todos, finalmente falou. De uma forma enigmática, as suas palavras chegaram até mim por intermédio das acções de terceiros. Ele disse-me que as coisas iam mudar, que o amor é a base da vida e do nosso dia-a-dia, e a vida é aquilo indefinido que nos pertence.
O meu amigo nunca dirigiu-me a palavra mas insinuou-se várias vezes que está aqui para me ajudar. O meu amigo disse-me para aguardar um bocado, nem um minuto a mais, nem um minutos a menos - o tempo certo. O meu amigo disse-me que as coisas são o que são, nem mais, nem menos, e apenas devemos aproveitar o que nos rodeia e ao mesmo tempo devemos seleccionar o que gostamos mais. O meu amigo disse-me que os problemas são trazidos pelo vento, e vêm e vão. Também me disse que ao conseguirmos soluccionar os problemas estamos a transformar a nossa face e a descobrir outra parte do universo que nunca iremos conseguir descrever com exactidão. Relativamente ao problemas que nunca se resolvem, devemos saber perdoar (Eu disse saber perdoar e não pedir desculpas).
O meu amigo disse-me que a vida só se joga uma vez, e que eu devo jogá-la sabiamente e com amor. O meu amigo disse-me que sete anos depois, o que plantaste será colhido por ti. O que plantares diariamente será recolhido diariamente.
O meu amigo disse-me para apreciar a vida e entender como ela é estranha. No final ela é sempre bonita.
O meu amigo chama-se Esperança.
Dirty Boots for you.
Friday, 30 July 2010
Monday, 12 July 2010
Esquecimento
Oxalá meu amor, que a vida seja perfeição
e a água que bebes fertilize-se
e leve do teu ventre um sopro ao teu coração.
Pedras soltas pelas calçadas de Alfama,
nos ecos das vozes entre os prédios,
são ruas apertadas e cobertas de muita fama.
Haja o que houver a tua voz não falha,
a minha é que falta por nada ter com que contar,
nos restos queimados desta mortalha.
A mesma que me há-de enrolar e embrulhar-me
e enterrar-me no canto deste jardim,
de modo a que ninguém se lembre mais de mim.
e a água que bebes fertilize-se
e leve do teu ventre um sopro ao teu coração.
Pedras soltas pelas calçadas de Alfama,
nos ecos das vozes entre os prédios,
são ruas apertadas e cobertas de muita fama.
Haja o que houver a tua voz não falha,
a minha é que falta por nada ter com que contar,
nos restos queimados desta mortalha.
A mesma que me há-de enrolar e embrulhar-me
e enterrar-me no canto deste jardim,
de modo a que ninguém se lembre mais de mim.
Wednesday, 7 July 2010
Aonde estavas no 35 de Abril?
Nessa altura, os fantasmas já tinham saído da cona da tua mãe. Agora, eles puxam-te novamente para lá, só que em vez de ser a tua mãe, acabam nas mulheres com que te deitas. Com todas as putas que dormes diariamente e procuras apoio. Aquele apoio que nunca tiveste quando perdeste o amor da tua vida. Vai fodê-las, vai. Fode-as sob as estrelas, sob as árvores, na boca de incêndio, em Vizela, em Ponte da Barca, em Setúbal, aonde quiseres, porque não irás sair do mesmo sítio e acabarás com os bolsos vazios. E depois o que te resta? A morte. A morte por teres perdido quem amas.
Ecos na catedral - Madredeus
Os teus olhos são vitrais
Que mudam de cor com o céu
E quando sorriem, iguais...
E quando sorriem, iguais...
Quem muda de cor sou eu
Tomara teus olhos vissem
O amor que trago por ti
Nem o entardecer me acalma...
Nem o entardecer me acalma...
Na ânsia de te ter aqui
E o teu perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Afogam-se na solidão
Fui para um templo de pedra
Escolhi um recanto isolado
Que me faça esquecer tua voz...
Esquecer-me da tua voz...
Que me faça acordar do passado
Escondida em sítio sagrado
E não me apetece o perdão
Devo estar enfeitiçada
Náufrago do coração
E o teu perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Afogam-se na solidão
Não sei se perdoo o meu fado
Não sei se consigo enfim
Um dia esquecer que teus olhos
Sorriem, mas não para mim.
Que mudam de cor com o céu
E quando sorriem, iguais...
E quando sorriem, iguais...
Quem muda de cor sou eu
Tomara teus olhos vissem
O amor que trago por ti
Nem o entardecer me acalma...
Nem o entardecer me acalma...
Na ânsia de te ter aqui
E o teu perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Afogam-se na solidão
Fui para um templo de pedra
Escolhi um recanto isolado
Que me faça esquecer tua voz...
Esquecer-me da tua voz...
Que me faça acordar do passado
Escondida em sítio sagrado
E não me apetece o perdão
Devo estar enfeitiçada
Náufrago do coração
E o teu perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Afogam-se na solidão
Não sei se perdoo o meu fado
Não sei se consigo enfim
Um dia esquecer que teus olhos
Sorriem, mas não para mim.
Mentira e verdade
É preto,
é branco,
é difícil,
é facil,
carrega-nos,
eleva-nos,
é inveja,
é altruísta,
é solidão,
é companhia,
é vício,
é amor,
é arrogante,
é compreensivo,
é ignorante,
é inteligente,
é convencido,
é humilde,
é iludido,
é rendido,
é negação,
é aceitação,
é miséria,
é felicidade,
definham,
e morrem.
é branco,
é difícil,
é facil,
carrega-nos,
eleva-nos,
é inveja,
é altruísta,
é solidão,
é companhia,
é vício,
é amor,
é arrogante,
é compreensivo,
é ignorante,
é inteligente,
é convencido,
é humilde,
é iludido,
é rendido,
é negação,
é aceitação,
é miséria,
é felicidade,
definham,
e morrem.
Saturday, 3 July 2010
Amo-te
Cada vez que penso em ti,
sento-me debaixo da ponte,
penso no Tejo e nos muros
que se fecharam na noite.
Sinto que perdi o andar
num acidente involuntário,
perdi o emprego e o riso,
perdi-me nas margens do rio.
Quantas vezes quis saltar,
sabendo que nunca mais vou-te ver,
nunca mais vou ouvir a tua voz
e terei as tuas mãos sobre o meu ser.
Eu sei que não te preocupas,
e tens os olhos noutro sítio,
mas não encontro outro lugar,
aonde consiga enganar o feitiço.
Não vou amar mais ninguém,
por muito disfarce que vista,
mesmo que esteja com alguém
a lágrima romântica é para ti.
Talvez nos amemos noutra vida,
noutra vida guardada no céu,
só espero que o dia venha
o mais depressa possível.
O nevoeiro chegou, cinzento e interminável.
sento-me debaixo da ponte,
penso no Tejo e nos muros
que se fecharam na noite.
Sinto que perdi o andar
num acidente involuntário,
perdi o emprego e o riso,
perdi-me nas margens do rio.
Quantas vezes quis saltar,
sabendo que nunca mais vou-te ver,
nunca mais vou ouvir a tua voz
e terei as tuas mãos sobre o meu ser.
Eu sei que não te preocupas,
e tens os olhos noutro sítio,
mas não encontro outro lugar,
aonde consiga enganar o feitiço.
Não vou amar mais ninguém,
por muito disfarce que vista,
mesmo que esteja com alguém
a lágrima romântica é para ti.
Talvez nos amemos noutra vida,
noutra vida guardada no céu,
só espero que o dia venha
o mais depressa possível.
O nevoeiro chegou, cinzento e interminável.
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