Wednesday 15 April 2009

Menina a cheirar crisântemos

De vestido branco e colar dourado, a menina segura com a mão esquerda o vestido e apoia-se sobre o altar. Com um ar sereno e eterno no tempo, cheira profundamente o crisântemo num quintal acabado de ser acariciado pela chuva. A pedra do altar encontra-se molhada e escurecida pelo musgo gasto pelo tempo, dando-lhe uma purosidade característica. A terra escura e violada por punhados de ervas verde escura, selvagens, emanam a frescura da terra. Nas fronteiras da terra com os degraus, a mistura entre a natureza e a sociedade se faz, tudo resultado da soberania do homem pela terra, mas a menina rende-se à simples natureza.

Dois jarros pequenos e bojudos apoiam, como duas mãos, crisântemos vermelhos e rosas. É daí que todo o momento se concentra.

Para onde vão os degraus atrás de ti? Aonde te levam? Gostava de te conhecer pequena menina de olhos azuis.

No comments: