Saturday 28 February 2009

Trabalho infantil

Minha criança pueril,
quem te mandou apertar um parafuso,
não sabes que quanto mais o enrosca,
mais fundo e apertado se torna,
caminhando num caminho sem volta.

Se vieste da fonte da liberdade,
se em adulto perdemo-la sem querer,
quem te castrou a vontade tão cedo?,
deve ser um ser vil e perverso,
se é no reverso que deves ficar sempre.

Quando olhamos para ti minha criança,
vejo como outrora fui livre,
se tu és a fonte de sorrisos,
se a tua força me faz feliz,
porque te tornas num ser submisso?

E eu não quero isso. Já basta de almas perdidas.
Como eu achei que a liberdade estava escondida,
por detrás da simplicidade e da falta de deveres,
mas quanto mais simples me tornei, mais escravo fiquei,
por ter aprendido a apertar um parafuso tão cedo.

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