Friday, 3 August 2012

Sociedade portuguesa

Se lermos as críticas à sociedade portuguesa feitas por Fernando Pessoa e Eça de Queiróz na altura, facilmente percebemos que certos hábitos portugueses nunca mudaram ao longo dos anos. As críticas do século XXI mantêm-se no século XIX. Portugal nunca mudou e nunca vai mudar.

Portugal proclama-se como uma República, mas a turma política comporta-se como vivessem numa monarquia absoluta. Certas pessoas julgam que o cargo que têm na Assembleia da República é para toda a vida, tal como um Rei e a sua corte. Basta ver como várias vezes o cargo de deputado é vitalício, ou serve de trampolim para cargos de administração acumulada. Quanto às regalias, elas são sempre acumuláveis. Se perguntarem se a pessoa tem competência para tal cargo, não devemos esquecer que os anos de experiência neste país dá o direito adquirido a ser Doutor em qualquer área. Isto chama-se provincianismo. Fernando Pessoa define exemplarmente o que é o provincianismo português. (ver link).

As auto-proclamadas élites nunca mudaram de comportamento. Basta ver que quando se inaugura um edifício, ou auto-estrada, rapidamente colocam uma placa (lápide, melhor dito) com o nome da sumidade para ver se o perpetua pelo tempo. Por exemplo, a placa colocada ao lado do Mosteiro dos Jerónimos. (O que o Vasco da Gama está a pensar neste momento?)

Os verdadeiros merecedores de uma medalha na actualidade são os que sobrevivem à calamidade da ingnomínia portuguesa e fazem perfeitos actos heróicos para pagarem a casa, não perderem o emprego ou comerem. Em suma, sobreviverem . Quanto a certas elites, um burro carregado de ouro continua a ser sempre um burro.

Thursday, 2 August 2012

País árido, juventude sem rumo

Árido país, que até as pessoas vão-se embora,
e o que mais sobra são jumentos,
almas penadas paralíticas,
a vaguearam com cara de parvos.

O tempo passa e não se vê nada,
só deserto, areia e camelos
que os mouros deixaram das conquistas,
e nele os ideais foram soterrados.

Não sabem falar, múmias desorientadas
quanto mais conversar, ou escrever um diálogo,
estão sempre à espera que uma nota lhes caia na cabeça,
para poderem imitar o Cristiano Ronaldo.

Para disfarçar mostram-se arrogantes,
pequenos burgueses, filhos de cabeleireiras,
prenhos de televonelas, com barba ou sem ela,
mascarado por múltiplas bebedeiras.

E quem quer aprender vira estranho,
porque quis acrescentar algo para além do verbo,
consumidos por cerveja e burrice,
sabem criticar por detrás do suposto socialmente aceite.

Ao que resta da sabedoria, acaba por imitar o passado,
observam chocados os jovens cambaleantes,
sentam-se nas esplanadas cruzadas a observarem
porque ninguém já conversa com eles.

Sunday, 22 July 2012

Sunday, 15 July 2012

People prefer loose their freedom in change of money. We only have one life, but we loose it because of the fear.

Friday, 13 July 2012

Eu serei feliz quando estivermos sentados numa colina e compreender que a única coisa que quero da vida é estar ao teu lado e ouvir-te respirar. Nessa altura, desligarei o rádio, pararei de ouvir música, porque já não preciso de me enganar mais.

Wednesday, 11 July 2012

Dentro de mim

Sinto-me em casa
sentado contra a parede,
a viver dentro de mim.

Aqui o mundo é perfeito.
Sou mais feliz que muita gente.

Praia estendida na vista,
linha que se perde
com os meus pensamentos.

Música em ar rarefeito,
purifica o que está doente.

E assim alimento os dias
numa felicidade solteira,
e completo um ano perfeito.

O que está feito, está feito,
o passado nunca voltará ao presente.


Sunday, 1 July 2012

Ida ao trabalho

Os corações estão apertados
nas horas de ponta
os elevadores estão sobrelotados
por uma memória incógnita.

As portas se abrem
nas paragens erradas
os vidros revelam
paisagens trocadas.

Deixas fugir a saída
por estares cansado de olhar.
tens a mesma pontaria
como tens quando jogas bilhar.