Saturday 11 August 2012

Lentamente o mar puxa

O buraco negro está mais forte
e me puxa p'ra fora da praia,
nado doido p'ra fugir à corrente
e para que o punho não me caia.

A maré afasta-me da maralha,
largo a mão aos sonhos de criança,
sem salvador a esticar-me a vida,
afundo cada vez mais a esperança.

E me dizem para abrandar,
mas os sonhos não dormem,
são a nossa alma a esbracejar
e o coração a bater.

Como vivo sem respirar,
se não tenho ninguém,
não tenho razões para festejar
por ter cumprido o dever.

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