Thursday 2 August 2012

País árido, juventude sem rumo

Árido país, que até as pessoas vão-se embora,
e o que mais sobra são jumentos,
almas penadas paralíticas,
a vaguearam com cara de parvos.

O tempo passa e não se vê nada,
só deserto, areia e camelos
que os mouros deixaram das conquistas,
e nele os ideais foram soterrados.

Não sabem falar, múmias desorientadas
quanto mais conversar, ou escrever um diálogo,
estão sempre à espera que uma nota lhes caia na cabeça,
para poderem imitar o Cristiano Ronaldo.

Para disfarçar mostram-se arrogantes,
pequenos burgueses, filhos de cabeleireiras,
prenhos de televonelas, com barba ou sem ela,
mascarado por múltiplas bebedeiras.

E quem quer aprender vira estranho,
porque quis acrescentar algo para além do verbo,
consumidos por cerveja e burrice,
sabem criticar por detrás do suposto socialmente aceite.

Ao que resta da sabedoria, acaba por imitar o passado,
observam chocados os jovens cambaleantes,
sentam-se nas esplanadas cruzadas a observarem
porque ninguém já conversa com eles.

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