Monday 24 January 2011

Invencibilidade

O que aconteceu à 2ª parte? Será que alguém a raptou e a mantêm refém tirando a continuidade do caminho?

As nuvens fecham-se, a humidade compressa-se tornado o ar irrespirável e fazendo suar qualquer um. Os corpos espraiam-se nos bancos do autocarro. O ar condicionado não funciona, ou pelo menos, o condutor nem tenta pô-lo a funcionar. As pessoas não pensam. O condutor está à espera de alguma ordem para partir. O tempo parou no meio das montanhas cheias de plantas de café.

Como a inocência é uma benção. O saber que não se sabe e nem se conhece, nem se quer conhecer, nem se quer passar por isso, é a invencibilidade de qualquer um. É um escudo que não se vê mas que existe e que protege. Que protege as pessoas do calor, da humidade, do ambiente tórrido. Jamais o escudo irá desfazer-se porque o autocarro tem que partir. Porquê? Porque sim. Porque não há tempo.

Que maior invencibilidade existe para além da frase - "Porque sim". Nenhuma! Porque tem que acontecer, porque é o que eu quero que aconteça e que a natureza tem que realizar. Faz parte da sequência. É a consonância entre as regras da natureza com aquilo que se quer, que faz qualquer um invencível. Neste momento, eu estou invencível. Eu quero que o autocarro parta. O condutor sobe, senta-se, liga o motor e o autocarro começa a andar daqui para fora.

No comments: