Thursday 9 September 2010

Milagre

Preciso de um milagre,
de um toque suave e doce
que ultrapasse o acre,
desta perda de fluidez.

Aonde está a tua voz,
aquela que me iria guiar,
aonde viveriamos juntos,
aonde te ouviria a cantar.

São desejos que não se cumprem,
ilusões perdidas no horizonte,
são sempre campos no meio do nada,
por muitas moedas que atire à fonte.

Preciso de um Cadillac,
de cor branca e com barbatanas,
um carro que viaje pela magia,
cheio de contos e fadas.

Pode ter um dado no espelho,
o que interessa é a magia,
o campo que nos protege
de todo mal e tirania.

Guiava por uma estrada enorme,
apanhava uma recta de 300 Kms,
tão larga como os ponteiros opostos,
tão extensa como os teus olhos.

E não parava, só rolava, rolava,
percorria uma eterna fita de Moebius,
preta, listrada de branco, código de barras
aonde corpos dormiriam eternamente crus.

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