Friday 18 June 2010

De mim não sobra nada

Entre o desemprego e a submissão,
eu quero o caminho do meio,
o caminho que me leve longe,
e a história repete-se.
Mas esquecem-se que sou doido,
que sou capaz de rasgar com uma faca,
e deixar o arco-íris sair do saco,
e deixá-lo perder-se no chão.
Querem testar a minha personalidade,
pois só vos posso mostrar uma vez,
e nunca mais irei ver a vossa cara
se confirmar a minha coragem.
Não vou embarcar já nesta viagem,
até encontrar novamente a minha morada,
e de mim gerarem três ou mais,
a morte não irá esconder a minha idade.
Deixem a estrela brilhar antes dela morrer,
e pelo menos poder passar um bocado de bondade
a alguém que tenha a capacidade de salvar o mundo
e conseguir atingir o estado de liberdade.
Os criminosos descansam ao fim-de-semana,
as vítimas descansam ao fim-de-semana,
uns ajustam a vida ao país,
outros ajustam o país à sua vida.
Enquanto houver uma guitarra portuguesa,
Portugal jamais irá desaparecer,
o segredo de sermos o que somos todos os dias,
provém das cordas tocadas ao alvorecer.

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