Sunday 19 July 2009

Manhã

Enquanto a luz pinta as paredes,
o sol caminha para o pináculo,
na praça juntam-se os mercantes,
o dia caminha para o ponto mais alto.

As notas do acordeão passeiam pelas arcadas,
enquanto montam-se as mesas dos feirantes,
as pedras negras da calçada
formam montes que pisam os amantes.

As esplanadas despontadas nas subidas,
os matutinos escondidos atrás do jornal,
as pernas que conquistam as ladeiras,
descansam apoiadas na refeição matinal.

O cheiro a croissants e cafés sobre a mesa,
atravessam o nariz deixando rasto,
as roupas frescas que as senhoras vestem,
perfumam as ruas em saltos altos.

O padre ora para o resto dos crentes
que se refrescam dentro da igreja,
o jardineiro corta rente,
qualquer réstea de falsa fé que se veja.

Pendura-se as roupas molhadas
em molas de madeira viradas para a praça,
sacode-se os lençóis da noite passada,
abre-se as janelas e expulsa-se a traça.

O repique do sino no alto do castelo
ecoa por entre o chilrear dos passarinhos,
o momento oficial consagrado no dia,
marca a paz da calma manhã de domingo.

No comments: