Wednesday 29 April 2009

Comentário sobre a actualidade

Nesta sociedade cada vez menos informada, está-se a procurar em instaurar um sentimento de pânico em todas as pessoas. Não pensemos que o número de jornais existentes é proporcional à exactidão e verdade com que estamos informados. Não me interessa ter mil jornais, se jamais eles cumprem com os seus princípios - informar com isenção.

O cenário social actual, jornalístico ou político, gera uma ideia que até os loucos têm dificuldade em entender. No que diz respeito aos jornais, as notícias estão construídas de forma que se procura apenas lançar o pânico sobre as pessoas. Os novos profetas da desgraça, ou os novos professores Karamba, como queiram chamar, não conseguem informar as pessoas com isenção, e consideram que ser inteligente é quando se consegue opinar sobre qualquer assunto. Basta apenas ouvir os comentários sobre o estado actual da economia. Ninguém sabe dar soluções, mas todos sabem comentar o passado e traçar um futuro miserável sem fim. Os jornalistas que optam por criar um discurso desta forma, ou conjunto de palavras que muitas delas não fazem sentido se reflectirmos um bocado, não estão a cumprir com a ética jornalística que assumiram ao graduarem-se e estão a ser cidadãos intragáveis porque estes comentários são sinal de gozo perante os concidadãos. Qual é o propósito de ter alguém que é considerado analista económico pelo jornal, se no fundo atribui as culpas a terceiros e saca do bolso uma solução sobre algo que jamais será posto em prática. Os trabalhadores que chegam a casa após um dia cansativo de trabalho e têm bastantes despesas, têm razão para se sentirem cada vez mais desmotivados ao ouvirem notícias com este tipo de conteúdo e com este tipo de jornalistas.

Outro exemplo, sobre o recente caso da gripe suína (Atchim! Acho que já me constipei), até à data li que a gripe suína é uma mistura da gripe de humana, aviária e suína. Apesar desta promiscuidade com que o mundo viral se rege, é lamentável que um dia se fale da gripe e no outro dia já não se ouça mais sobre o assunto. Como todos nós sabemos, hoje o vírus existe, amanhá desaparece! Os jornalistas só aparecem quando existe uma oportunidade para lançar pânico. Mais uma vez vai começar a aparecer imagens de imensos cadáveres suínos a serem enterrados numa vala comum, as pessoas que andam preocupadas porque podem morrer por uma mão invisível, e no dia a seguir deixa-se de falar sobre a gripe suína porque o Luis Figo torceu o nariz quando caiu ao sair do Ferrari. Eu não estou a diminuir o assunto sobre a pandemia da febre suína, porque eu não sou virologista ou médico, mas quando aparecem notícias com o seguinte título - "Portugal já está na lista de países com casos suspeitos da doença." - apenas faz-me pensar que este país até consegue acompanhar os outros países em alguma coisa. Portugal é mesmo um país fixe.

Acho que a maneira de fazer e apresentar as notícias é lamentável e a única forma de protesto que vejo é desligar a televisão, não comprar jornais e procurar gastar o meu tempo em coisas mais interessantes. De vez em quando apenas espreito os títulos dos jornais. Mas em caso de dúvida, vou pôr uma manta sobre as costas dos meus porcos para não constiparem-se e guardo uma caixa de "Antigripine" se fôr preciso. Também gostava de ter uma daquelas máscaras para tapar a boca e o nariz, faz-me parecer um médico. Não me venham acusar que eu faço parte do grupo que já se desligou da sociedade. Se faço isso, por alguma razão o é - manter a minha sanidade mental.

Se por acaso tornar-me num bife de porco a ser comido por alguém, também não faz mal. Apenas vínculo a minha posição como membro da sociedade anónima que anda a pedir a Deus por uma salvação divina inexistente. Digamos que nunca gostei muito de circo, mas se quiser assistir a um espectáculo, vou comprar um bilhete. É por isso que eles existem.

Eu lembro quando era menor, a minha mãe proibia-me ver os filmes que começavam ás 23 horas, porque eram para maiores de 18 anos e continham cenas chocantes. Hoje em dia, os telejornais tornaram-se os filmes para maiores de 18 anos e dão a toda a hora.

Desta forma é que se preenche a vida quotidiana das pessoas, com inutilidades.

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