Saturday 21 March 2009

Todo o amor do mundo

Todo o amor do mundo,
não chega para tapar os buracos
das estradas dos subúrbios,
onde as almas vivem penosas,
arrastando-se pelos cantos.

Com o despertar da manhã,
lança-se a rotina pelos dados,
os amores separam-se pela porta,
o resto fica deitado sob o tecto,
dentro dos lençóis enrugados.

O relógio toca por cada segundo,
com os olhos postos no fim-de-semana,
à espera da noite quente,
onde se possa encontrar um novo amor,
que se quer levar para a cama.

Mas as almas continuam esventradas,
porque o amor não foi encontrado,
porque o amor não serve de nada,
nem serve para ninguém,
porque o amor está amaldiçoado.

No comments: