Friday 7 November 2008

A razão

Tens corpo de água
e a mente na terra,
quando proferes,
a razão impera.

Por muito que eu sonhe
com a parte solúvel de ti,
as respostas que me dás,
traçam-me logo o fim.

Confio numa parede falsa,
numa esquina que chega torpe,
onde o corpo se apoiava,
deixo de ter algum suporte.

A minha alma fica deserta
como campos recém-ardidos,
a água fresca não inunda
os meus corpos consumidos.

Deusa da palavra,
verdade evidente,
não tens piedade
deste não resistente.

Não esperas por alguém
em qualquer momento,
nem quebras pela
força do vento.

Nem sabes o que sofro
com o impacto do não,
os estragos que me fazes
quando prevalece a razão.

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