Sunday 12 October 2008

Algo que não existiu

Para quê cantar à alma duma mulher,
quando ela não me quer ouvir,
é como bater em ferro frio
até as minhas mãos se abrirem.

É querer passear em campos floridos
em pleno Inverno triunfado,
e estar à espera que as pétalas
emanem cheiros delicados.

Apenas choramos na hora do enterro,
de algo que nunca nasceu,
que, pelas vozes das crianças, sonhei,
por algo que nunca aconteceu.

Só me resta pôr no passado
a ferida não partilhada,
porque tudo ficou em mim,
e de mim, partiu nada.

No comments: