Sunday 12 October 2008

Adeus criança

Nos braços da enfermeira
foste embora pequenina,
criança sem rosto,
deixaste o pé de fora.

Abandonaste os teus pais
na manhã de cinzento,
flutuavas pelo corredor,
sem direito ao tempo.

Deixaste para trás sementes
de dúvidas por brotar,
a vida que tinhas pela frente,
é caminho que não percorreste.

Coberta num lençol,
que alguém divino te leve,
pede que te mostrem o sol,
nesta terra, ninguém te esquece.

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