Saturday 22 March 2008

Flôr amiga

O sol da tarde continua sempre presente, agitado por um vento amigo que aparece vindo do mar, a partir do momento que o silêncio da sesta é despertado. O céu de azul permanente marca o início do primeiro dia da Primavera.

A única personagem nesta paisagem idílica é esta flôr de dorso branco, forte, com pétalas em forma de quilha, que mostra toda a generosidade que tem dentro de si ao florir. Flôr, deixa-me dizer o que sinto ao te ver. Eu sei que abraças a moralidade e mostras o teu esplendor vestido num branco casto. Mostras explicitamente uma pureza que nunca foi corrompida e que segue as regras criadas por ti. Tu sabes quem te pode tocar. Tu traças uma linha que só deixas passar quem queres. O resto das pessoas, como eu, apenas têm a oportunidade de sentir o teu perfume intenso e doce à distância. Estou apaixonado por ti. Gostaria de ser alguém importante para ti. Torna a minha vida inesquecível, fazendo os meus sonhos tornarem-se reais.

Minha pequena flôr humilde, que já te tomei como minha por me marcares uma presença indelével, deixa-me ter-te só para mim. Mas tu não queres ser separada das tuas irmãs, porque és benevolente, porque sabes que vocês são mais fortes unidas. Que caridade estás a fazer ao mostrares o teu esplendor. Como resistes a todas as influências e apenas cumpres o teu papel que é mais do que justificativo da tua importância nesta terra.

Tu tornaste-te a minha referência e, antes de te perder no Outono, gostaria ser sempre teu amigo. Pode ser? Visitar-te-ei todos os dias. Prometo!

Obrigado por me deixares guardar este cheiro até ao fim da minha memória. O eterno cheiro a flôr de laranjeira.

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